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MST OCUPA USINA DE RIO DAS PEDRAS INVESTIGADA POR MORTANDADE DE PEIXES NO RIO PIRACICABA

Publicada em: 07/04/2025 14:06 - Piracicaba

Foto: Divulgação

Mais de 300 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a Usina São José S/A Álcool e Açúcar em Rio das Pedras (SP) na manhã desta segunda-feira (7). De acordo com o movimento, a ocupação faz parte da Jornada de Abril do MST quando famílias Sem Terra de todo o Brasil realiza ações para exigir a reforma agrária e denunciar o agronegócio.

“Os Sem Terra em luta em Rio das Pedras pleiteiam a realização da reforma agrária em áreas onde ocorreram crime ambiental, como as terras do Grupo Farias, para substituir a morte e envenenamento pela produção de alimentos saudáveis e respeito ambiental em assentamentos rurais” informa o movimento em nota enviada à imprensa.

A Usina São José teve a licença de funcionamento suspensa em 2024 e foi multada em R$ 18 milhões por crime ambiental. Ela é apontada pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), como responsável pela mortandade de 235 mil peixes em julho de 2024 no Rio Piracicaba. A Área de Proteção Ambiental (APA) do Tanquã, considerada como “mini pantanal paulista”, também foi afetada.

Segundo a Direção Estadual do MST em São Paulo, o objetivo da ocupação da Usina São José é denunciar o crime ambiental.

“Estamos aqui para denunciar que o agronegócio representa a morte, tanto dos peixes e animais, como da vida humana porque muita gente foi afetada. A reforma agrária precisa ser realizada, nosso objetivo é produzir alimentos para a população da região de Piracicaba e Campinas, alimentos sem veneno, através da agroecologia, por isso exigimos dos órgãos responsáveis a realização de assentamentos das famílias Sem Terra nas terras da Usina São José e do Grupo Farias”.

O QUE DIZ A USINA?

Procurada pela equipe da TV Metropolitana, a empresa lamentou o ocorrido. Leia nota abaixo ????

"A Usina São José lamenta o ocorrido na data de hoje, quando um grupo de pessoas, aparentemente vinculado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), permaneceu em frente às instalações da empresa, impedindo o livre acesso e a circulação na região. A situação que foi controlada pela Polícia Militar e demais autoridades do estado. Assim o grupo de pessoas já desocupou a área de acesso à usina. A Usina reafirma seu compromisso com a responsabilidade socioambiental, a segurança e o respeito à comunidade."

EMPRESA NEGA LIGAÇÃO COM MORTANDADE DE PEIXES 

"Desde agosto de 2024, são registrados diversos episódios de poluição. Esses eventos continuam ocorrendo mesmo após a paralisação total das atividades da Usina, conforme documentos técnicos e reportagens públicas.  A ocorrência dos casos de poluição, sem qualquer participação da Usina São José, reforça a ausência de nexo causal entre suas atividades e a mortandade de peixes no Rio Piracicaba. A Usina São José permanece à disposição das autoridades, reafirmando seu compromisso com o desenvolvimento sustentável.", finaliza em nota enviada à TV Metropolitana.

Quinze viaturas da Polícia Militar (PM) e duas da Guarda Civil Municipal e o helicóptero Águia estiveram em Rio das Pedras. Policiais pediram que os sem-terra liberassem uma via para a passagem de caminhões. Antes que os militantes pudessem desmontar as estruturas no local, agentes armados iniciaram uma ação com munição química, que inclui granadas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Segundo os advogados dos manifestantes, os agentes agiram sem a apresentação de uma ordem judicial para tal ação.

Por: Da redação

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