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José “Pepe” Mujica,
ex-presidente do Uruguai, faleceu nesta terça-feira (13/5), aos 89 anos, vítima
de complicações decorrentes de um câncer de esôfago.1 A notícia da
morte do líder político, conhecido por seu estilo de vida simples e sua defesa
da democracia, gerou comoção em toda a América Latina.
Diagnosticado com câncer em
abril de 2024, Mujica havia revelado em janeiro deste ano que a doença havia se
espalhado pelo corpo. Cansado e debilitado, ele expressou o desejo de
descansar, declarando em entrevista ao jornal uruguaio Búsqueda: "Sinceramente,
estou morrendo. E o guerreiro tem direito ao seu descanso".
Mujica, que governou o Uruguai
de 2010 a 2015, teve uma longa e marcante trajetória política, marcada pela
luta contra a ditadura militar uruguaia (1973-1985). Durante seu governo,
implementou políticas progressistas, como a descriminalização do aborto e o
casamento entre pessoas do mesmo sexo, além de obter sucesso na redução do
desemprego e da pobreza.
Nascido em Montevidéu em 20 de
maio de 1935, Mujica iniciou sua militância política no Partido Nacional, mas
logo fundou a "Unión Popular". Sua vida foi marcada pela luta contra
a ditadura, período em que foi preso quatro vezes e chegou a ser baleado.
Conhecido por seu estilo de
vida austero e sua defesa do meio ambiente, Mujica criticava o consumismo e a
voracidade do mercado, deixando um legado de reflexões sobre a sociedade
contemporânea. Sua história foi contada no documentário "El Pepe, Uma Vida
Suprema", do cineasta Emir Kusturica, premiado no Festival de Veneza.2
As ideias de Mujica influenciaram líderes políticos da América do Sul, especialmente os de esquerda, e foram tema de livros como "Palavras para depois: conversas com Pepe Mujica" e "Uma ovelha negra no poder: confissões e intimidades de Pepe Mujica".
Publicado por Danilo Telles / TV Metropolitana