Foto: Polícia Militar
Indústria disfarçada de fabricante de peças aeronáuticas tinha capacidade para montar até 3,5 mil armas por ano; parte do arsenal foi apreendida em megaoperação no Rio
Uma fábrica clandestina instalada em Santa Bárbara d’Oeste (SP) e disfarçada de produtora de peças aeronáuticas fabricava fuzis que abasteciam facções criminosas no Rio de Janeiro, entre elas o Comando Vermelho. A informação é resultado de uma investigação da Polícia Federal (PF), que desmantelou o esquema em agosto deste ano.
O local operava com 11 equipamentos industriais de alta precisão e tinha capacidade para produzir até 3.500 fuzis por ano. Durante a ação, foram apreendidos cerca de 150 fuzis prontos e mais de 30 mil peças usadas na montagem das armas. Parte do material era levada a um depósito em Americana (SP).
A fachada utilizada para encobrir as atividades ilegais era o registro de uma empresa de peças aeronáuticas. De acordo com a investigação, o responsável pelo empreendimento deixou o país antes da operação e é considerado foragido.
A PF também apura o envio de fuzis desmontados ao Brasil escondidos em caixas de produtos como piscinas infláveis e outras mercadorias, compradas nos Estados Unidos e enviadas a partir de uma residência no exterior. Em agosto, a Receita Federal interceptou uma dessas remessas.
O esquema possuía ramificações em outros estados. Em Minas Gerais, outra fábrica clandestina foi identificada e desativada em uma etapa anterior da operação.
As investigações apontam que as indústrias ilegais chegaram a fornecer cerca de mil armas a facções e milícias no Rio, além de grupos criminosos na Bahia e no Ceará.
A Polícia Civil do Rio ainda vai fazer uma perícia nos mais de 90 fuzis apreendidos na megaoperação contra o comando vermelho, realizada na última terça-feira (28). Pelo menos 25 eram como os fabricados em Santa Bárbara d’Oeste.
A operação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio, resultou na apreensão de 93 fuzis, 26 pistolas e um revólver, além da morte de 121 pessoas, entre elas quatro agentes de segurança.
(Com informações da TV Globo / Fantástico)
Texto: Adaptado (CBN/Portal Atualidade)